O avanço dos meios
de comunicação no final do século XIX contribuiu para unir comunicação e
política, e no início do século XX o jornalismo político brasileiro começou a
crescer, obtendo solidificação a partir da década de 1970, com a elaboração dos
artigos, das reportagens, das notícias sobre a política partidária do país.
No decorrer da
história política brasileira, vários políticos souberam criar fatos, que
visaram consolidar suas imagens públicas. A cobertura jornalística sobre
política no Brasil sempre foi conceituada como exagerada, pois com a
efervescência que se ergue sobre os meios de comunicação, cada declaração ou
gesto de políticos notórios é reproduzida pelos jornais, televisões, emissoras
de rádio e internet, sem, contudo, representar algo de novo. (ROMANINI, 2001)
O jornalismo
político tem mostrado à sociedade como funciona a política partidária do
Brasil, principalmente, em ano de eleições. Um período de grande demonstração
da democracia brasileira, levando o cidadão a escolher através do voto os seus
representantes que estarão defendendo a sua cidadania nos poderes executivo e
legislativo. O tema política partidária tem levado o profissional de
comunicação a se especializar no assunto cada vez mais.
Assim como a ciência
tem valores éticos, o jornalismo também é defendido por alguns autores como
profissão com especificidade ética. Assim é que Karam (1997: 38 –39) afirma que
é preciso reconhecer no jornalismo – potencialmente – uma forma de
reconstrução diária do movimento humano para si mesmo, no qual os homens se
tornam não somente reflexo, mas também projeção. O jornalismo não é só
moralmente defensável, ele é moralmente imprescindível.
A política
brasileira tem elevado cada vez mais o tom das discussões a respeito dos
destinos da população, e o jornalismo representa muito bem o seu papel nesse
contexto, levando a público o que há de melhor e de ruim na política construída
pelos inúmeros partidos e filiados. O papel do jornalismo e do jornalista é
divulgar, com (imparcialidade?), ética e responsabilidade o que está
acontecendo no cenário político, com objetivo justo e social: o de defender os
direitos fundamentais do cidadão. O jornalista comprometido com a verdade deve,
principalmente em época de eleições, ser um fiscal do povo, com informações que
sejam relevantes e sirvam de orientação para a população.
Nos meses que
antecedem as eleições, a sociedade acompanha pelos veículos de comunicação os
“acertos” entre os políticos e os partidos. Mesmo antes das convenções
partidárias, os pré-candidatos dão uma demonstração de como serão as eleições.
É visível a “dança político x partido”. É nessa dança que são feitos os
acordos, os conchavos envolvendo autoridades políticas e, até mesmo,
jornalistas.
O fato mais recente
voltou a ser destaque na Imprensa Nacional; o caso envolvendo o jornalista
Policarpo Júnior (revista Veja) e o
bicheiro Carlinhos Cachoeira. Em trechos das gravações feitas pela Polícia
Federal e publicadas pelo site Carta Maior, no dia 10 de maio de 2011,
Cachoeira conversa com o ex-diretor da Construtora Delta na região
Centro-Oeste, Cláudio Abreu, deixando claro que Policarpo Júnior sabia da
ligação do contraventor com a Delta, mas não iria divulgar nada porque o
interesse seria mostrar outra questão ligada à empresa. Como jornalista, ele
feriu o que está disposto no Código de Ética dos Jornalistas no seu artigo 7º,
inciso IX: “valer-se da condição de jornalista para obter vantagens pessoais”.
O procedimento
correto de um jornalista não é o de participar de acertos políticos com
objetivo de conseguir vantagens financeiras, mas o de noticiar, de deixar bem
informada a população sobre os acontecimentos em qualquer segmento da
sociedade, defendendo os direitos fundamentais do cidadão, com ética e
responsabilidade.
Eraldo Souza e Wilson Sandes
REFERÊNCIAS
http://www.espacoacademico.com.br/003/03etica.htm
www.jornalismocientifico.com.br/revista/05/.../artigo_alba-araujo.pdf
http://noticias.r7.com/brasil/noticias/novas-gravacoes-complicam-jornalista-
da-revista-veja-20120518.html
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